sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Não há dúvida: O Haiti, é aqui.

"Não dá pra ser feliz quando  o problema é social "...
Nordeste está com sede, sem teto e sem parede, distrito federal é o grande causador...
São fragmentos de um samba que resume bem o momento que estamos  vivendo.
As declarações do comandante   do exército que participou  da retomada do território do complexo do alemão no rio de janeiro, expressam com nitidez a conjuntura atual.
Dizia o  comandante, 70% dos soldados aqui presentes, já estiveram um período no Haiti, assim esse enfrentamento urbano já não é novidade para eles. Ou seja lá no Haiti, como aqui no Rio de Janeiro, residem negros, pobres, desvalidos, e que a ausência de estado transformou os locais em terra sem lei, ou melhor lá o que prevalece é a lei do silêncio, ou a já conhecida lei do cão.

Como diriam os Haitianos: " Purquoi, mon dieu?" Por que, meu Deus?"

Em 12  de janeiro de 2009, o Haiti foi vitimado por um terremoto, que comparativamente equivalia a 25 bombas atômicas, jogadas em u só lugar em um único minuto.
Porto Príncipe, tremeu e desabou.
Sem estrutura estatal, sem  estoque de alimentos, sem água, sem nada.
O Haiti é a síntese de tudo que o neoliberalismo deseja para o mundo: Estado mínimo, governo fraco e corrupto, sociedade abandonada, economia guiada pelo deus "mercado" e agricultura sepultada pelo dito livre mercado.

Pecado original

O Haiti, foi o pioneiro na luta contra o racismo e a escravidão, em 1804 os negros haitianos aboliram a escravidão. Notem que isso ocorre poucos anos após a Revolução Francesa, seguida da proclamação da primeira república negra do planeta terra.
É claro que os capitalista coloniais não aceitariam isso tranquilamente. Eles não perdoaram o líder negro  Toussaint Louverture. A incipiente nação negra caribenha, foi cercada e asfixiada.
Eles tinham que acabar com a ideia libertária dos caribenhos, a qual incluia o apoio à rebeliões em outras colônias e ao asilo a escravos fugidos ou alforriados. Pós o cerco da ordem colonial, iniciou-se a ocupação norte americana.
Necessário se analisar que Cuba, fica a 80km de  distância do  Haiti, e que em 1959 , derrotava o ditador corrupto Fulgêncio Batista, nesta época o Haiti entrava em um período de submissão a um violento poder comandado por François Duvalier, o Papa Doc, o qual foi sucedido por seu filho Baby Doc, até o ano de 1986.
Para se manter no poder, eles não pouparam violência violência, criaram  uma força de repressão chamada como TYonton Macoute, ( o bicho papão ), a qual matou mais de 30.000 opositores.
Quando o sol da democracia fez sua pálida aparição nos anos 90.  O mundo seguia à risca a cartilha neo liberal, estado mínimo, privatizações,  abertura de fronteiras e mercados.
Desta forma o Haiti marchava inexoravelmente para o abismo. O presidente do Haiti, René Préval, subistituto de Jean Bertrand Aristide, eleito e derrubado duas vezes, não teve força para afrontar a onda neo liberal.
Para se ter uma ideia da entrega, no ano de 2007, tal qual seu antecessor, ele  retomou um programa de privatizações das poucas empresas públicas que restavam, a chamada Companhia Nacional de Telecomunicações, esta foi a primeira  a ser vendida.
Cuba também sofre igual cerco, e a meio século é vitima do criminoso embargo norte americano. Para reduzir os efeitos do cerco, Cuba implantou um modelo centralizado  de desenvolvimento. Cercada pelos EUA,  Cuba se ancorou na estatização dos serviços básicos e na socialização da economia.
Para os milhões de haitianos, a vida tem sido uma sucessão de terremotos sociais, que  se abatem  nessa Ilha Caribenha. Posto avançado da resistência negra contra a opressão

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